quarta-feira, abril 04, 2007 |
Para ler ao som de:
Volto a escrever quase um mês depois do ultimo post.
Não é por acaso que o faço, basta pensar que ontem fui novamente surfar. Os mesmos 300 e picos quilómetros de viagem, as mesmas ondas, (quase) o mesmo tempo... mas com companhia de surfada e mais uns quantos ensinamentos.
Momentos de desânimo e euforia são fruto de situações diametralmente opostas, que no surf tendem a acontecer alternadas com uma frequência por vezes desconcertante, em que as distâncias temporais entre elas se podem discretizar ao segundo.
É fácil assim, perceber o turbilhão de sentimentos, sensações e emoções por que passa um surfista a partir do momento em que se entrega aos caprichos do mar.
É claro que o relativismo inerente a esta constatação não deve ser desprezado. É dessa forma que, em função do nível de surf, das condições de mar e da própria estrutura emocional do surfista, se expressa com maior ou menor fulgor, e de pessoa em pessoa, este facto.
O facto de no surf se estar sempre no limiar entre o êxtase e a desilusão, ou mesmo a angústia, faz perceber melhor do que estou a falar: num dado momento se pode encaixar no tubo mais profundo e o êxtase se apoderar de nós, e no segundo seguinte toda a energia daquela onda se abater sobre nós na forma de um violento turbilhão de água. Tudo se resume a um único momento, onde o espaço e o tempo determinam o nosso êxito ou o nosso fracasso.
Assim é o surf.
Assim se constroem os momentos de glória, mas também é daqui que se determinam os momento de humilhação. A distância entre eles é no surf, o equivalente à espessura do lâmina de uma navalha.
Costuma dizer-se que o maior vencedor, não é aquele que vence mais vezes, mas sim aquele que consegue levantar-se e vencer após uma grande derrota.
Pois bem, é aqui que reside a magia do surf, aquela que nos amarra e nos seduz para sempre.
A procura frenética da onda, do prazer supremo de encaixar na onda e desfrutar da mesma, traz não só o prazer fisico em si, mas um sem número de outras coisas que tornam o surf tão especial. Entre as quais está esta capacidade para nos fazer lidar com o fracasso constantemente. Diria que isso maximiza os momentos de prazer e êxtase, dando-lhes maior significado e um sabor especial. É dessa forma que a motivação sobe e as probabilidades de sucesso aumentam. No fundo, é dessa forma que o surf se torna inexplicavelmente tão viciante. E é assim, que aos trambolhões, com dores, sangue, suor e lágrimas, evoluímos e sorrimos a cada passo dado nessa evolução enquanto "viajantes das ondas".
A máxima inglesa do "no pain, no gain" aplica-se na perfeição a este nosso mundo de ladrões de energia oceânica. Como um pai, o oceano explica-nos que nada se consegue sem sacrifício, e que isso enriquece a experiência. Que no fundo, o êxito é tanto maior, quanto maior for o sacrifico e as provações pelas quais passamos para o alcançar.
Vencemos de cada vez que ultrapassamos os nossos fracassos e tentamos novamente, e novamente, e novamente... até conseguirmos.
Por vezes não é fácil percebermos a extensão desta máxima, por vezes precisamos de umas palavras de incentivo (daqueles com quem surfamos ou que simplesmente nos querem ver triunfar), por vezes é o orgulho que nos impele a ultrapassar o fracasso. Mas no fim, independentemente das razões, sabemos que o êxito nos espera e que será muito saboroso.
PS: neste particular, devo agradecer ao meu habitual companheiro de surfada, o Pedro, pelas sucessivas palavras de incentivo que por mais de uma vez me fizeram chegar ao êxito. Um abraço.
Não é por acaso que o faço, basta pensar que ontem fui novamente surfar. Os mesmos 300 e picos quilómetros de viagem, as mesmas ondas, (quase) o mesmo tempo... mas com companhia de surfada e mais uns quantos ensinamentos.
Momentos de desânimo e euforia são fruto de situações diametralmente opostas, que no surf tendem a acontecer alternadas com uma frequência por vezes desconcertante, em que as distâncias temporais entre elas se podem discretizar ao segundo.
É fácil assim, perceber o turbilhão de sentimentos, sensações e emoções por que passa um surfista a partir do momento em que se entrega aos caprichos do mar.
É claro que o relativismo inerente a esta constatação não deve ser desprezado. É dessa forma que, em função do nível de surf, das condições de mar e da própria estrutura emocional do surfista, se expressa com maior ou menor fulgor, e de pessoa em pessoa, este facto.

Assim é o surf.
Costuma dizer-se que o maior vencedor, não é aquele que vence mais vezes, mas sim aquele que consegue levantar-se e vencer após uma grande derrota.
Pois bem, é aqui que reside a magia do surf, aquela que nos amarra e nos seduz para sempre.
A procura frenética da onda, do prazer supremo de encaixar na onda e desfrutar da mesma, traz não só o prazer fisico em si, mas um sem número de outras coisas que tornam o surf tão especial. Entre as quais está esta capacidade para nos fazer lidar com o fracasso constantemente. Diria que isso maximiza os momentos de prazer e êxtase, dando-lhes maior significado e um sabor especial. É dessa forma que a motivação sobe e as probabilidades de sucesso aumentam. No fundo, é dessa forma que o surf se torna inexplicavelmente tão viciante. E é assim, que aos trambolhões, com dores, sangue, suor e lágrimas, evoluímos e sorrimos a cada passo dado nessa evolução enquanto "viajantes das ondas".

Vencemos de cada vez que ultrapassamos os nossos fracassos e tentamos novamente, e novamente, e novamente... até conseguirmos.
PS: neste particular, devo agradecer ao meu habitual companheiro de surfada, o Pedro, pelas sucessivas palavras de incentivo que por mais de uma vez me fizeram chegar ao êxito. Um abraço.
Comments:
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Grande Cuze!
No surf a motivação também é contagiante...
Como disseste neste teu excelente post, no surf é fácil fracassar... e só continua e segue para a frente quem n desiste à primeira... Começar a surfar, não é tarefa fácil, principalmente quando n se tem oportunidade de entrar todos os dias... Mas tu tens vindo a evoluir e tens jeito natural para a coisa...
O mais importante é nunca desistir. Se num momento nos achamos meio perdidos no mar, no seguinte podemos atingir pleno contentamento e satisfação.
Abraço!
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No surf a motivação também é contagiante...
Como disseste neste teu excelente post, no surf é fácil fracassar... e só continua e segue para a frente quem n desiste à primeira... Começar a surfar, não é tarefa fácil, principalmente quando n se tem oportunidade de entrar todos os dias... Mas tu tens vindo a evoluir e tens jeito natural para a coisa...
O mais importante é nunca desistir. Se num momento nos achamos meio perdidos no mar, no seguinte podemos atingir pleno contentamento e satisfação.
Abraço!
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