quarta-feira, agosto 23, 2006

 

 

Soulfy - quem e porquê?


Pequeno trabalho sobre Max Cavalera, que encontrei na net...


Falar de Soulfly neste espaço, não é já uma novidade!
No entanto, se a memória não me atraiçoa, nunca expressei o quanto esta banda, e especialmente o seu vocalista, mentor e compositor Max Cavalera, me tem influenciado ao longo dos anos!
Passam dez anos desde que pela primeira vez escutei o ultimo album de Sepultura com o Max - Roots - e desde o primeiro momento, o exotismo, o poder e a mensagem que emanava da voz de Max e da música que a envolvia, me fascinou. Foi o album de Sepultura que juntou ao tradicional trash metal da banda brasileira, traços culturais brasileiros, nomeadamente os instrumentais indigenas.
Max saiu dos Sepultura quase de seguida e criou Soulfly! Desde então acompanhei a carreira de Max em Soulfly, e esta banda tornou-se a minha banda favorita desde o primeiro album. O experimentalismo que Max proporciona a cada uma das musicas que escreve e compõe é algo de notável numa banda de metal. Soulfly não se fica pelo metal ortodoxo. Não é uma banda amarrada a um estilo metaleiro puro e duro. É antes uma banda que adiciona a cada novo trabalho um sem número de recortes musicais que identificam culturas e países por todo o mundo... As sonoridades brasileiras estão sempre presentes - samba, bossa nova, musica tradicinal indigena, berimbau, etc - mas não se limita a isso! Sons da Sérvia, India, Jamaica, Magreb, etc são frequentemente audiveis em muitas músicas. Bem como outros tipos de música - reggae, hip hop, soul, flamenco, dub, etc - fazem também, e desde o inicio, parte integrante da indentidade musical desta banda!
É minha convicção, não só pelo que conheço desta banda e pelo que venho apreendendo ao longo dos anos, dos idealismos de Max Cavalera, que todas estas miscelandias que tornam Soulfly na primeira banda de world metal, advêm essencialmente do modo de estar na vida de Max. No pressuposto primeiro de passar uma mensagem, seja ela sob que forma for, em função de estados de espirito muito pessoais - seja sob poderosos e raivosos rifts de guitarra, seja sob limpidos e suaves flows de soul feminino - Max põe em cada música que fabrica, um sentimento genuino, uma razão poderosa que o leva a escrever aquilo, expressando o modo como assiste ao desenrolar da historia contemporânea deste nosso planeta em crise.
Soulfly é uma banda com algo a dizer. Sempre com alguma coisa para contar, com alguma mensagem para passar, focando sempre a sua atenção nos ideais ambientais, sociais e religiosos!
Quantas bandas de trash metal no mundo gritam bem alto "You can't kill faith/ You can't kill God."?

Em minha opinião, a música é exactamente isso: o veiculo ideal para passar ideias, mensagens e formas de pensar. Não vejo a música de outra forma, e para mim, música sem mensagem e sem conteudo é como uma máquina descartável: tem a sua piada até se esgotarem as fotografias... depois lixo!!
Tal como Max diz: "Music is a never ending process...". Porquê? Porque o mundo tá em constante mutação, e como tal, proporcionará sempre à musica, uma constante fonte de inspiração à criação artistica!
E Soulfly é sem dúvida uma das bandas que conheço, que melhor desempenha esse papel, pois é uma banda marcadamente filantrópica, à imagem do seu mentor. E isso inserido numa formula musical como o metal, é fantástico.


PS: o que isto tem a ver com o surf? Para a maioria pouco, mas para mim, Soulfly e Surf, são o complemento ideal, no desenrolar da minha constante atitude perante o mundo e o que me rodeia.

sábado, agosto 19, 2006

 

 

A onda da minha vida...


A tarde estava amena... essencialmente devido à nebolusidade existente no céu, e que poucas vezes deixava que os raios de sol de facto aquecessem em demasia o ambiente (ainda assim, tenho a pele do corpo prestes a saltar). O mar estava mexido, um meio metro partia bem junto à falésia que delimitava, a Sul a bela praia do Malhão. Em dias clássicos, ali partia uma esquerda magnifica e poderosa, sobre um fundo misto de areia e calhau. Mas hoje, não... hoje o meio metro era servido com vento (e ainda 1mm/h de chuva, segundo o Windguru, o que se confirmou) onshore, transformando um swell de meio metro numa manta de retalhos salgada e húmida. Por todo o litoral alentejano, as condições eram similares... nos Aivados é melhor nem falar disso!!! No Malhão Grande o swell parecia estar a entrar um pouco melhor, mas ao mesmo tempo o vento também fazia das suas. O vento on-shore (de Oeste) caprichoso teimava em pregar-nos partidas ao longo do dia... ora rodando e ficando de Sul, ora mantendo-se teimosamente de Oeste.

Àquela hora, o vento estava de Sul, e era precisamente ali, junto àquela Cabeça de Urso no cimo da falésia, que o mar estava mais satisfatório, resultado da barreira fisica que o próprio acidente geológico proporcionava, ao barrar o Vento sul. A esquerda que ali costuma partir, parecia estar uma amostra de si mesma, ainda assim, sob a égide do urso mantinha-se consistente por 2o a 25 metros de comprimento, sem se partir ou dissipar. Obrigado Urso!!!

Como era de esperar, pela temperatura do ar e pelo avançado da hora (17:30) entrei de fato. O Mav mantinha-se ainda sem entrar, esperando mais alguns minutos pelo término de uma digestão dificil de chouriça e cerveja. O meu primo ja andava la dentro tentando apanhar algumas no inside, e o Pedro ja calcorreava o outside procurando pelas maiores esquerdas, lá junto ao calhau!! Rapidamente e dolorosamente me dei conta que o fato de neoprene estava insuportavel - tinha o pescoço completamente assado - e era uma tortura autêntica andar dentro de água salgada com a pele quase em ferida. Seguindo o exemplo do Pedro, abri um pouco o zipper do fato para tentar aliviar a coisa... mas foi pior a emenda que o soneto. A água entrava aos litros para dentro do fato e rapidamente me tornei num balão de água. Saio e vou apenas de calções - mal sabia eu que seria desta forma que faria a melhor onda da minha vida (até agora!!!!!).

Ao regressar ao mar, apanho o Pedro a terminar uma onda. Resolve então dar-me umas dicas para tentar apanhar e levantar-me correctamente na onda. Trocamos umas frases e somos interrompidos pelo set... uma onda se perfila no horizonte e eu, rapidamente me posiciono para a apanhar. Ainda embuido no espirito técnico das explicações de Pedro, começo a remar... Pedro incentiva-me "Vai, vai, vai...". A calma e a concentração apoderam-se de mim... remo com vontade e vigor e é com facilidade que entro na onda. No seguimento e como se de câmara lenta se tratasse, coloco as mãos na prancha, estico o pé de trás e levanto a perna da frente. Uns milésimos de segundo para colocar o pé da frente e o pé de trás numa posição mais equilibrada... et voilá... sinto-me em cima da prancha, sinto a velocidade da onda que impulsiona a prancha para a frente. Tento cortar para o lado... mas a minha posição pouco flexivel em cima da prancha e a perda de força da onda, fazem-me afundar no mar. Nunca antes me afundei com tanto prazer no mar, como dessa vez. Um sorriso aberto tomou conta do meu rosto. Senti-me excepcionalmente bem... feliz, alegre... Para alguém a quem o surf não guarde segredos, estas palavras terão pouco significado por si só... mas certamente que a todos esses, quando recordarem a primeira onda a sério que conseguiram sentir debaixo dos pés, estas palavras soarão familiares.

Foi a primeira onda dessa sessão que durou pouco tempo. Essa onda deu-me energias e motivação para o restante do tempo que estive no mar. Também pela primeira vez, senti-me confiante e com uma pica enorme em remar para o outside e apanhar as maiores (ainda que as maiores fossem pouco mais que 0,5m). Ainda tentei apanhar mais algumas... mas o mais perto que tive disso, foi quando eu e o Mav apanhámos a mesma onda e numa fracção de segundo que gastei a olhar para ele, foi o suficiente para me desconcentrar e para já não conseguir colocar-me em pé nas condições ideais!!

Foi, para mim, o ponto alto da minha primeira surf-trip, já bem no fim do ultimo de dois dias pela Costa Alentejana com mais três parceiros 5 estrelas: o Pedro, o master do grupo com mais surf que qualquer um de nós; o Mav, um ribatejano que ama a Foz do Arelho e o meu primo Bruno, um puto de 16 anos que experimentou pela primeira vez o surf e a experiencia única da companhia de 3 surfistas de alma e coração!!!

Para breve fica, a crónica inteira desta viagem magnifica! Também para mim a primeira surf-trip...

Um grande abraço a todos!!

quarta-feira, agosto 02, 2006

 

 


Praticamente 5 meses sem escrever neste espaço!!
Fruto de um semestre académico infernal, onde o pouco tempo livre, foi canalizado para as coisas reais, do mundo real! O blog, os foruns... o espaço virtual ficou para segundo plano! É complicado ter sequer uma réstia de inspiração, quando se está sob pressão. Aliás, nesses momentos haverá algo melhor do que o ombro amigo daquela que nos ama?

No que diz respeito ao que poderia expor neste espaço, nestes cinco meses pouca coisa mudou! E hoje que volto de novo a escrever, ao fim de tão longo periodo de ausência, o momento é de descompressão.
Descompressão de um semestre sobrecarregado de trabalho. Descompressão da vida boémia que caracteriza a vivência universitária em Évora... Em suma, descompressão de 9 meses carregados de stress. Do stress próprio de quem carrega nas costas a responsabilidade e o dever subjacente ao término muito próximo do seu curso...

Mas entretanto e enquanto descomprimo, vou sonhando com a próxima surfada, talvez já no próximo fim de semana, depois de no anterior ter levado uma valente carga de porrada no Barbas (Caparica).

Sonho, em finalmente visitar o meu reduto mágico! O litoral sudoeste... onde surfei pela primeira vez. Onde me sinto em casa, fora de casa! Onde cada pôr do sol tem aquela magia única... onde vivi alguns dos mais intensos momentos da minha existência. Onde não ponho os pés há mais de um ano... onde não surfo há pelo menos o dobro... onde nunca tive a oportunidade de privar com a minha "soulmate"...

E espero... espero por Setembro... espero pelos dias que me levarão finalmente, de volta aos locais mágicos naquele pedaço de costa maravilhoso. Mas desta vez acompanhado por uma parte importante de mim: ela, a mulher que me faz feliz!!

Será tão dificil de imaginar o brilho dos meus olhos, momentos depois da surfada, ao observar o belo por do sol, com ela nos meus braços, no pequeno mas mágico areal da Arrifana?!

Não será isto, a imagem nitida de um momento feliz? Ora para mim é...

Pura vida!!
PAZ (STOP BOMBING LIBANO!!!!)

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